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Cantiga de exílio, minha pequena tribo húngara e eu

A obra é um depoimento nostálgico sobre a imigração durante um dos períodos mais marcantes da história humana e os reflexos em uma família em recomeço.

Descrição

A obra é um depoimento nostálgico sobre a imigração durante um dos períodos mais marcantes da história humana e os reflexos em uma família em recomeço.

Relato pessoal de memórias e fatos que compõem a história da imigração de uma família da Hungria, três meses antes da Segunda Guerra Mundial ter início. Esse é o enredo do segundo livro de Edith Elek, Cantiga de exílio, minha pequena tribo húngara e eu (Ed. 7letras, 132 páginas, R$ 49,00). O antigo projeto da autora ganha corpo e intensidade na obra, ao revelar registros próprios de quem viveu esse período.

Edith, que já nasceu no Brasil ao final da Guerra, conta que teve sua vida muito condicionada pelo sentimento de exílio que sua pequena família carregava. Oriundos de classe média alta, o avô materno era arquiteto que começava a ter um bom nome em Budapest e conquistara uma boa qualidade de vida quando os conflitos iniciaram. Era um patriota apaixonado pelo seu país e pela língua.

Por temer os efeitos da nova Guerra que se aproximava, a família decidiu ir para a Argentina. A ideia era se instalar em Buenos Aires, cidade que o patriarca já conhecera em viagem anterior e que, aliás, muito lhe agradara, e onde tinha uma promessa de trabalho em um escritório de arquitetura. Com as passagens compradas, o visto foi recusado e então, a mudança dos planos os fez descer do navio em São Paulo, Brasil.

Na família do pai de Edith, quem puxou o cordão da imigração foi sua tia Gaby. Ela enfrentou um desgosto amoroso, ouviu de uma prima que se casaria por procuração com um húngaro emigrado para o Brasil. Gaby encantou-se com a história e arranjou um príncipe para si também. Só que seu príncipe virou sapo.

O pai de Edith queria fugir da Hungria, pois logo seria recrutado pelo exército, e veio com o pretexto de cuidar da irmã em apuros. O terceiro irmão, que já participara da Guerra e sido ferido, acabou vindo mais tarde para se juntar ao restante da família. Os avós paternos não puderam vir, como se lerá no livro.

A narrativa em linguagem simples e direta, tem toques poéticos, de humor e de ironia que caracterizam o texto da autora. Faz refletir sobre a questão de imigração, tema no qual nos vemos imersos atualmente, e entender um pouco melhor o sentimento de exílio quando temos que deixar para trás nosso lar, família, amigos, idioma, carreira, enfim tudo que compõem a vida de uma pessoa.

A autora – Edith Elek nasceu em 1945 em São Paulo, onde mora até hoje. Foi a primeira de uma pequena família de húngaros emigrados a nascer “fora de casa”. É jornalista, terapeuta especializada em pacientes oncológicos, editora de livros e tradutora de húngaro. Seu primeiro livro, Pedaço de Mim, lançado em 2019 também pela Editora 7 letras, é uma coletânea de poesias que ela escreveu em determinado período da vida, obra que foi bem recebida por especialistas.

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