
Quando o Brasil anunciou sua saída da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), o gesto não pareceu apenas uma decisão isolada ou técnica. Pelo contrário: foi mais um capítulo da política externa brasileira conduzida por figuras que, há anos, constroem uma diplomacia ideológica, alinhada com regimes autoritários e hostis à existência de Israel. No centro dessa engrenagem está Celso Amorim, ex-chanceler e atual assessor especial de política externa de Lula. Sua influência é profunda e perigosa.
O homem por trás das decisões
Celso Amorim não é apenas um conselheiro. Ele é o arquiteto da política externa lulista. Durante os dois primeiros mandatos de Lula, foi ministro das Relações Exteriores. No governo Dilma, comandou a Defesa. E agora, mesmo sem cargo formal no Itamaraty, é quem dá o tom e o rumo das decisões mais sensíveis no campo internacional.
Sob sua orientação, o Brasil retomou laços estreitos com regimes como Irã, Venezuela, Cuba e Nicarágua, além de adotar uma postura ambígua (e muitas vezes hostil) em relação a Israel. A saída da IHRA não surpreende, portanto, quando se conhece o histórico e as alianças de Amorim.
O prefácio que escandaliza
Amorim assinou o prefácio de um livro que buscava apresentar uma “visão alternativa” sobre o Hamas, movimento islâmico palestino responsável por inúmeros atentados terroristas, inclusive o massacre de 7 de outubro de 2023.
No texto, ele qualifica o Hamas como um “ator político com legitimidade social” e critica os países que o classificam como grupo terrorista, ignorando seu uso sistemático de civis como escudo humano, o lançamento indiscriminado de foguetes e a doutrina abertamente genocida em sua carta fundacional.
Assinar esse prefácio não foi um erro de leitura. Foi um gesto deliberado, ideológico, que evidencia a normalização do terrorismo e a recusa em tratar o antissemitismo do Hamas como tal.
A ponte entre Amorim e o antissemitismo velado
É preciso ser claro: quando um diplomata experiente como Celso Amorim se recusa a reconhecer o Hamas como organização terrorista, ele não está apenas expressando opinião. Ele está legitimando o uso da violência contra civis judeus. Ele está dando voz a uma narrativa que nega o direito de autodefesa de Israel e desumaniza o povo judeu, sob o disfarce de solidariedade ao povo palestino.
Isso não é diplomacia. Isso é cumplicidade com o antissemitismo contemporâneo, que usa o antissionismo como camuflagem moral.
Amorim e Lula: simbiose ideológica
Lula não toma decisões internacionais sem o aval de Amorim. Ao mesmo tempo, Amorim encontra em Lula a plataforma ideal para projetar sua visão de mundo, uma onde Israel é o vilão, o Ocidente é hipócrita e os “movimentos de resistência” são sempre legítimos, ainda que usem o terror como arma.
A política externa brasileira, sob influência de Amorim, deixou de ser multilateralista para se tornar militante. E essa militância, quando se cala diante do antissemitismo, ou pior, o racionaliza, ultrapassa os limites do aceitável.
A saída da IHRA como reflexo dessa visão
Quando o Brasil se retira da IHRA, está rejeitando a definição mais abrangente e moderna de antissemitismo, que inclui o antissionismo. Está dizendo que não vê problema em negar o direito de Israel existir como Estado judeu. E está, na prática, abraçando a mesma lógica defendida por Celso Amorim: a de que Israel é sempre culpado, mesmo quando é vítima.
Uma diplomacia que envergonha
Celso Amorim representa uma corrente diplomática que já não distingue mais o crítico do cúmplice. Ao relativizar o terrorismo do Hamas, ao defender regimes autoritários e ao minar o combate ao antissemitismo, ele contamina toda a estrutura internacional do Brasil.
E Lula, ao permitir que Amorim dite esse rumo, se torna cúmplice de um projeto que ameaça os valores democráticos e a segurança do povo judeu.
Essa aliança ideológica precisa ser exposta. E combatida. Porque antissemitismo disfarçado de diplomacia ainda é antissemitismo, talvez o mais perigoso de todos.