
O Governo Lula anunciou oficialmente a retirada do país da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), uma coalizão de 35 nações comprometidas com a preservação da memória do Holocausto, o combate ao antissemitismo e à negação histórica. A decisão, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi justificada de maneira vaga como “alinhamento com a política externa independente do Brasil”. No entanto, ao analisarmos os fatos, fica evidente que tal escolha ultrapassa a esfera diplomática: ela se configura como mais uma evidência do antissemitismo estrutural e ativo do governo Lula.
O que é a IHRA e por que sua definição é crucial
A IHRA estabeleceu a definição de trabalho de antissemitismo mais aceita no mundo, reconhecida por democracias como EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e, até recentemente, o Brasil. Ela afirma que o antissemitismo inclui, além do ódio contra judeus, a negação do direito de existência do Estado de Israel e o uso de narrativas antissionistas para disfarçar discursos de ódio.
Essa definição é uma ferramenta vital para o combate ao antissemitismo moderno, que frequentemente se oculta sob o manto da crítica política. E, ao abandonar a IHRA, o governo Lula rompe com esse consenso internacional e envia uma mensagem clara: não aceita a definição de antissemitismo que inclui o antissionismo. Isso é gravíssimo.
A quem serve essa decisão?
A decisão de Lula é bem recebida pelos setores mais radicais da esquerda latino-americana e do mundo árabe que rejeitam a existência do Estado judeu, frequentemente rotulando Israel como “entidade sionista”, “regime de apartheid” ou “colônia colonialista”. São os mesmos grupos que negam o Holocausto, glorificam o terrorismo do Hamas e distorcem a história para atacar o povo judeu.
Ao deixar a IHRA, Lula legitima essas vozes. Mais do que isso: ele invalida a experiência judaica e rebaixa a luta contra o antissemitismo à mera disputa ideológica. Isso é, na prática, ser cúmplice do antissemitismo.
Lula e sua longa trajetória de hostilidade contra Israel
A decisão não é um fato isolado. Ao longo de seus mandatos, Lula:
- Acolheu ditadores e líderes antissemitas, como Mahmoud Ahmadinejad (Irã), que negou o Holocausto e pregou a destruição de Israel.
- Equiparou Israel ao Hamas, em plena guerra contra o terrorismo após os ataques de 7 de outubro de 2023, chamando a resposta israelense de “genocídio”, sem condenar a barbárie cometida contra civis israelenses.
- Reforçou alianças com regimes que perseguem judeus, como o Irã e a Venezuela.
- Recusou-se a reconhecer Jerusalém como capital de Israel e desencorajou a aproximação com o Estado judeu.
Essas atitudes revelam uma postura sistemática de hostilidade, que ultrapassa a crítica política e adentra o campo do preconceito e da demonização.
O silêncio sobre o antissemitismo no Brasil
Enquanto isso, o antissemitismo cresce no país, alimentado por discursos de ódio nas universidades, redes sociais e movimentos políticos alinhados ao governo. E o que faz Lula? Nada. Não há campanhas contra o antissemitismo, nem esforços para educar sobre o Holocausto. Pelo contrário: o governo opta por deslegitimar o órgão internacional que mais trabalha para combater esse mal.
Quando um gesto vale mais que mil palavras
Ser antissemita hoje não exige levantar a mão em saudação nazista. Basta negar a especificidade do antissemitismo, relativizar o Holocausto, legitimar o terrorismo contra judeus e isolar o Estado de Israel na arena internacional. A saída da IHRA é tudo isso junto, um gesto calculado, simbólico e profundamente ofensivo à comunidade judaica brasileira e mundial.
Lula, ao tomar essa decisão, não apenas trai a memória das vítimas do Holocausto, ele se alinha, objetiva e subjetivamente, aos que querem apagar essa memória. E isso faz dele, sim, um líder cuja postura pode e deve ser chamada de antissemita.